terça-feira, 5 de dezembro de 2006

O que é o que é?

Fui ver Little Miss Sunshine de novo...

Com certeza um dos melhores filmes deste ano...

Fora o pai, que me causou um certo repudio, admiro alguma parte de cada um dos membros daquela família....
O irmão mais velho, Dwayne, conseguiu me conquistar com duas cenas. A primeira, no momento em que ele escreve no Bloquinho go Hug Mom e a segunda, quando o abraço da irmã é tudo que ele precisa para “superar” sua frustração. (Coincidência os dois momentos envolverem a relação irmão X irmã?).
Já o Vovô me ganhou com a apresentação que ele fez para a neta... Apesar do choque causado pelo erotismo da coreografia ele fez com que a pequena Olive fosse a criança mais natural do concurso. O passos da coreografia podiam ser “eróticos” mas a inocência latente na sua execução não foi perdida... Um belo tapa em quem acha o comportamento das demais concorrentes infantil.
O Tio Gay e suicida, fora ser extremamente carismático e mexer com o meu lado mãe de todos, protagonizou um dos diálogos mais fofos do filme...
Olive: Do you think there's a Heaven?
Frank: Well, it's hard to say, Olive. I don't think anyone knows for sure.
Olive: I know, but what do YOU think?
Frank: Well... um... uh...
Olive: I think there is.
Frank: Think I'll get in?
Olive: Yeah.
Frank: Promise?
Olive: Yeah.
Quase me fez chorar nas duas vezes em que vi o filme…
A mãe é a mãe! E como toda mãe que se preze tenta manter sua família feliz e unida, e fazendo concessões aqui e ali ela atinge seu objetivo...
A Olive... bem, a Olive é linda! Mas nada barra a cena em que ela fica sabendo que participará do Little Miss Sunshine! Simplesmente infantil. Pura. Uma das poucas crianças artistas que não me causa nojinho...

Jamais me atreveria a botar aqui uma resenha do filme... sou péssima neste estilo literário... mas Little Miss Sunshine me fez pensar muito (ainda mais depois da segunda vez, onde pude curtir o filme sem me preocupar em pescar todas as referencias que eu já tinha sido previamente brifada da existência). Como disse ali em cima, me senti extremamente cativada pelos protagonistas (mérito dos diretores, que foram capazes de criar uma intimidade entre o publico e os personagens de forma muito rápida) e, ao analisá-los friamente, você pode perceber que nenhum deles seria socialmente digno de admiração...

Então me vi pensando no que me atrai em uma pessoa... Suas forças ou suas franquezas? Suas virtudes ou seus defeitos? Horas de bom papo ou um simples e rápido encontro de olhares? O que eu posso aprender com ela ou o espaço que ele tem para que eu ensine algo? Alguém que se entregue rápido ou que precisa ser conquistado aos poucos? Alguém que me ofereça segurança ou que me desafie constantemente? Alguém com quem eu possa construir uma relação forte ou alguém em quem eu me faça forte?

Nossas relações amorosas, de amizade, familiares, profissionais... todas são baseadas em escolhas como estas.

***Continua

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