domingo, 31 de agosto de 2008

Espelho, espelho meu



Quando alguém que te conhece ouve esta música e diz que lembrou de você... que mensagem você tiraria?

Eleitores...

Recebi esta por e-mail hoje...
Achei pertinente nestes tempos de eleição...
E depois a gente ainda pergunta por que os coronéis são sempre reeleitos, como as "mães louras" da vida podem ser o vereador eleito com mais votos numca cidade como o Rio de Janeiro, entre tantas outras barbaridade...
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Um sujeito comprou uma geladeira nova e pra se livrar da velha, colocou-a em frente à casa com o aviso: "De graça. Se quiser, pode levar". A geladeira ficou três dias sem receber um olhar dos passantes. Ele chegou à conclusão que as pessoas não acreditavam na oferta. Parecia boa demais pra ser verdade, e ele mudou o aviso: "Geladeira à venda por R$ 50,00". No dia seguinte, ela tinha sido roubada! Cuidado! Esse tipo de gente vota!
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Olhando uma casa para alugar, meu irmão perguntou à corretora de imóveis de que lado era o Norte, porque não queria que o sol o acordasse todas as manhãs. A corretora perguntou: "O sol nasce no norte?" Quando meu irmão explicou que o sol nasce no Leste (aliás, há um bom tempo isso acontece) ela disse: "Eu não me mantenho atualizada a respeito desse tipo de coisa". Essa desatualizada também vota!
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Antigamente, eu trabalhava em suporte técnico num centro de atendimento a clientes em Manaus. Um dia, recebi um telefonema de um sujeito que perguntou em que horário o centro de atendimento estava aberto. Eu disse a ele: "O número que o senhor discou está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana." Ele respondeu: "Pelo horário de Brasília ou pelo horário de Manaus?" Pra acabar logo com o assunto, respondi: "Horário de Manaus." É... ele vota!
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Meu colega e eu estávamos almoçando no restaurante self-service da empresa, quando ouvimos uma das assistentes administrativas falando a respeito das queimaduras de sol que ela havia tido, ao ir de carro ao litoral. Estava num conversível, por isso, "não pensou que ficaria queimada, pois o carro estava em movimento." Deus do céu! Ela também vota!
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Minha cunhada tem uma ferramenta salva-vidas no carro, projetada para cortar o cinto de segurança, se ela ficar presa nele. Ela guarda a ferramenta no porta-malas! Minha cunhada também vota!
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Meus amigos e eu fomos comprar cerveja para uma festa e notamos que os engradados tinham desconto de 10%. Como era uma festa grande, compramos dois engradados. O caixa multiplicou 10% por dois e nos deu um desconto de 20%. Acredite... esse "clone do Einstein" vota!
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Saí com uma amiga e vimos uma mulher com um aro no nariz, atrelado a um brinco, por meio de uma corrente. Minha amiga disse: "Será que a corrente não dá um puxão a cada vez que ela vira a cabeça?" Expliquei que o nariz e a orelha de uma pessoa permanecem à mesma distância, independente da pessoa virar a cabeça ou não. Impressionante, a minha amiga também vota!
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Eu não conseguia achar minhas malas na área de bagagens do aeroporto. Fui, então, até o setor de bagagem extraviada e disse à mulher que minhas malas não tinham aparecido. Ela sorriu e me disse para não me preocupar, porque ela era uma profissional treinada e eu estava em boas mãos. "Apenas me informe... o seu avião já chegou?" Pois é... essa senhora vota!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Coração Generoso

Porque eu to me sentindo meio assim...

Adivinhe coração (Custódio Mesquita/Evaldo RuyGravado por Marcos Sacramento em "Sacramentos".) Adivinhe coração / A quem é que estou amando / De quem é que estou gostando / Por quem é que estou sofrendo / Adivinhe coração / Adivinhes se és capaz / que a saudade não me deixa / Vê se atende a minha queixa / que eu não posso mais / Não é possível ter amores aos milhões / Era preciso que eu tivesse outros tantos corações / Porque um só não é capaz de abrigar tantos afetos / Amo tanto a tanta gente / Tenho tantos prediletos...

Arco-Íris

Então tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade.
Não tem nenhum engano nem mistério.
É tudo só brincadeira e verdade.
Podemos ver o mundo juntos,
Sermos dois e sermos muitos,
Nos sabermos sós sem estarmos sós.
Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.
Então tá tudo dito e é tão bonito
(Ta combinado, Peninha)

E por hoje eu quero somente este pedaço da música... Nada de planos!

Atestado de Pureza

Meninas de 15 anos com a capricho, mulheres de 25 com a Gloss, mulheres de 30 com a Nova... Não importa a idade, mulheres amam testes de revista.

Pulando de site em site, entrando em blogs que tinham links e levavam pra outros blogs, que tinham comentários de um terceiro blog... me deparei com um desses testes e, é claro, não resisti em fazer.

É o teste de pureza sexual. Que coisa divertida!

O meu índice foi tão puro que veio ilustrado com um anjinho tocando arpa... e no final ainda me deu parabéns por isso... Vê se pode uma coisa dessas! Isso lá é coisa pra se orgulhar? =P

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Pop, filosofia e placebos

De tempos em tempos eu arrumo um pouco de fôlego pra estudar sobre um dos meus assuntos preferidos: filosofia.

Eu adoro os conceitos e admiro muito esses pensadores, mas acho que deve haver alguma convenção filosófica mundial que impede esse povo de escrever de maneira simples e inteligível. Por isso, mesmo sendo uma apreciadora deste tipo de conteúdo, eu o estudo com menos freqüência do que gostaria.

Esses dias eu fui apresentada a um filósofo contemporâneo chamado Slavoj Žižek (só o fato do nome do cara ter dois “Z” com acento circunflexo de cabeça para baixo já seria o bastante pra eu gostar dele), pra ser ter uma idéia, o cara é considerado o Rei do Pop Filosófico. Eu daria a pontinha do meu dedo por um título cool desses! =P

Para os que ainda não tiveram o prazer de conhecer a obra dele, escolhi um pequeno fragmento pra expor aqui:

“O botão que aciona a porta dos elevadores é um placebo destinado a dar a ilusão a quem o aperta de que participa do movimento do aparelho”.

Žižek vê nisso uma metáfora do processo político pós-moderno, no qual o voto dos cidadãos é igualmente ilusório, uma vez que somos convocados a escolher entre candidatos que, no fundo, propõem as mesmas coisas.


Achei isso muito propício para nós que, em pouco mais de um mês, teremos que enfrentar a difícil missão de escolher entre as atrocidades que nos deram como candidatos este ano. A conclusão é... pense direitinho em quem votar, mas não sofra de morte quando vir que, novamente, não temos opção... no fundo, eles são só mais uma opção de placebo.

Poesia Matemática

Tinha tempo que eu não lia isso... Acho que a última vez que me deixei encantar por esta criatividade foi no segunda grau...

Às folhas tantas
Do livro matemático
Um Quociente apaixonou-se,
Um dia,
Doidamente,
Por uma Incógnita.
Olhou-a com o seu olhar inumerável…
E viu-a, do Ápice à Base.
Uma figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No infinito.
“Quem és tu?” indagou ele
Com ânsia radical.
“Sou a soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode chamar-me de Hipotenusa.
”E de falarem descobriram que eram
- O que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs –Primos-entre-si.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação;
TraçandoAo sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E, enfim! resolveram casar-se.
Construíram um lar.
Mais do que um lar,
Uma perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro,
Sonhando com uma felicidadeIntegral
E diferencial.
E casaram e tiveram uma secante e três cones
Muito engraçadinhos
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
Vira monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo,
Uma Unidade. Era o Triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade
E tudo o que era espúrio passou a ser
Moralidade
Como, aliás, em qualquer
Sociedade.

(Millor Fernandes)

sábado, 23 de agosto de 2008

Um pedido

Papai do céu,

Por favor, não deixe que um dia eu pare de me emocinar com o esporte...


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Espantando fantasmas

Dia cheio.
Cabeça cheia.
Paciência vazia.

Entrar naquela sala é quase como visualizar uma saída no labirinto. Entrego um CD e pergunto a professora se ela se incomoda em coloca-lo pra tocar durante a aula. Ela, educada, como sempre, aceita. Depois disso minhas únicas palavras são: “desculpe pelo mau-humor... e, por favor, pode pegar bem pesado hoje”.
Com ela é assim: missão dada é missão cumprida.
Acabo a aula sentindo cada músculo do meu corpo. Agradeço, me despeço e sigo em direção ao meu carro.
Escolho o caminho mais longo rumo a minha casa. Ter o mar ao meu lado compensa este desvio. Abro bem as janelas, deixo o vento bater forte no meu rosto e o gosto de sal tomar conta do carro.
Olha pra frente e lá está a recompensa: uma redonda e amarelada lua cheia me acompanha no trajeto, enquanto Eddie Vedder e seus amigos cuidam da trilha sonora.
Chego em casa exausta, com o corpo doido e satisfeita de ter deixado todos os problemas pelo caminho. Durmo como uma criança. Acordo novinha em folha.

Lembrei de você...

Acabei de ler um livro e, fora o aperto no peito que eu normalmente sinto ao me despedir de bons personagens, senti muito a sua falta.
Na história não tem nenhum personagem com o seu nome. Ninguém fez algo que você já tenha feito ou mora na mesma cidade que você.
Eu simplesmente li uma boa história e tive a certeza que esta história também te agradaria.
Nunca conversamos sobre romancistas latinos, não sei qual a sua opinião sobre eles. Mas tenho certeza que este livro renderia uma longa noite de discussão.
De preferência, estaríamos em Itaipava, no nosso QG. Eu estaria sentada no gramado e você deitado no meu colo. Cafuné. Nos momentos em que a discussão ficasse mais acalorada, você levantaria pra defender as atitudes do Ricardo e eu insistiria em vê-lo pelo lado mais covarde e menos poético. Mas logo você deitaria de novo.
Você se aproveitaria dos momentos em que perderia o raciocínio concentrada no carinho que faria nas suas orelhas e rosto, me fazendo concordar com coisas que normalmente eu não concordaria. Você se sentiria orgulhoso achando que eu não percebi sua manobra e eu ficaria feliz em ver sua cara de bobo.No final, o sono, como sempre, iria me ganhar e pararíamos com a conversa antes do ponto d saturação. Nos misturaríamos aos demais presentes e passaríamos o resto da noite com a sensação de que o melhor daquela noite já aconteceu.

domingo, 17 de agosto de 2008

Planos

Mais gostoso do que planejar viagens, só mesmo viajar...
E no momento duas belas viagens estão sendo programadas :-)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O Encontro

Não é segredo pra ninguém que a única figura pública que pra mim merece o título de ídolo é o Silvio Santos.
Desde muito pequena, coisa de 4 anos de idade, o Homem do Baú exerce um fascínio sobre a minha pessoa. Eu brigava lá em casa quando alguém não estava assistindo ao SBT. Domingo que era domingo acabava com Pai, Mãe, Irmão e Eu no quarto dos meus pais vendo as provas do Topa Tudo Por Dinheiro.
Quando era pequena e brigava com a minha mãe, dizia que ia me mudar para a Vila Guilherme (antigo endereço dos estúdios do SBT).
Se essa admiração quando criação nasceu sem um explicação racional, com o tempo ela se manteve de forma fundamentada. O carisma, o tino comercial, o poder de atingir todas as pessoas independente de classe ou idade. Só o Silvio consegue zuar uma pessoa e ouvir um agradecimento em troca! O cara é gênio e ponto final.

Também não é novidade que eu tenho um certo problema com crianças artistas. Todas me soam artificiais demais. Parecem fantoches que querem se mostrar mais inteligentes que o mundo. Não gosto. Simples assim. Bruna Marquezine, Pedro Malta, Amanda Azevedo e mais um monte deles... Todos parecem robozinhos sem carisma e sem graça.
Mas tive que me render. O que é a Maisa, apresentadora do SBT? A menina tem 6 anos de idade e fala com uma desenvoltura ímpar ao mesmo tempo que revela nas suas respostas a inocência de alguém que tem esta idade.

.....................A melhor entrevista dos últimos tempos
O encontro de dois Ídolos
m

Se você ainda não conhece a pequena Maisa, recomendo uma rápida pesquisa um YouTube! Principalmente o banho que ela da em duas reporteres que tentam de todas as formas fazer com que ela fale alguma besteira durante uma entrevista no SPFW

Sopa de Letrinha

Tenho que confessar uma coisa.
Tenho uma certa dificuldade com a ordem das letras no alfabeto.
Sei que isso soa meio mongolóide, mas o que eu posso fazer?
Toda vez que vou procurar uma palavra no dicionário, o que acontece com muita freqüência nas aulas de francês, eu tenho que cantar o alfabeto do até chegar na letra que eu quero.
Tentei me convencer de que isso era uma falha normal e que muitas pessoas sofriam do mesmo mal... mas nos últimos dias andei indagando as pessoas sobre isso e tudo o que eu tenho recebido como resposta são olhares de reprovação.
Pensei em culpar a minha professora na época da alfabetização, mas conheço mais uma meia dúzia de pessoas que aprenderam o B+A=BA com ela e nenhum deles assumiu ter essa dificuldade...
Não é que eu não saiba o alfabeto... também na é tão grave assim! Mas por exemplo... sem falar o alfabeto do princípio não consigo saber se “o” vem antes do “m”. Mas nem sempre eu preciso voltar do “A”. Tenho marcos que auxiliam no meio do abecedário como o “J” ou o “P”... É menino, é cada fraqueza que a gente descobre! Hehehehe

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A Irracionalidade do Espírito Olímpico

Tem dias que minhas olheiras só aumentam. Mais precisamente 5 dias. Essa história dos Jogos Olímpicos serem realizados com um fuso horário de 11 horas acaba comigo.
As vezes deito muito tarde, outras acordo cedo demais.... sempre durmo pouco. Tudo para me postar diante da televisão e assistir a alguma competição olímpica em que nem sempre existem brasileiros competido ou medalhas em jogo.

Mas por que mesmo?

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa majoritariamente racional. Tomo poucas decisões de forma impulsiva e é raro que eu aja de forma irrefletida. Como, então, explicar meu envolvimento quase passional com eventos esportivos?
Eu tento lutar contra, brigo comigo mesma, mas não posso negar que fiquei sem dormir e com o coração apertadinho quando o flamengo foi eliminado da Libertadores este ano... Estava morrendo de sono, e super cansada, mas me vi em pé no meu quarto, às 3h da manhã, gritando para o francês segurar a 1ª posição no revezamento 4X100 livre por mais 10 metros. No segundo seguinte, me vi emocionada com a reação do, até então homem-máquina, Michael Phelps gritando por conquista mais uma medalha.

O que esses eventos mudam na minha vida? Então por que me envolvo tanto com eles?

Na definição do ensaísta Christopher Lasch, o esporte, do qual os Jogos Olímpicos representam o apogeu, mistura talento, inteligência e concentração máxima de propósito – numa atividade totalmente desprovida de sentido, que em nada contribui para o bem-estar ou riqueza da coletividade, nem para a sua sobrevivência física. Mas ela é, ao mesmo tempo, a atividade que melhor evoca a perfeição da infância, com regras e limites criados só para aumentar o prazer da dificuldade, e aos quais os participantes aderem por livre e espontânea vontade.

Na minha humilde opinião, poucas pessoas conseguiram definir tão bem o que é o esporte sem apelar para a paixão ou excessiva emoção.

Fui criada em uma casa em que o esporte sempre foi assunto principal. Os domingos começavam cedo, com as provas de automobilismo. A hora de início e a duração dos sagrados almoços de família eram definidos de acordo com o horário do jogo do Flamengo. E o final de semana só poderia se dar por encerrado depois do telefonema do Vovô para a resenha esportiva do final de semana.

Antes dos 2 anos estive no maracanã pela 1ª vez; minha primeira ida a um autódromo foi as 5, para assistir a um GP de moto velocidade; ainda não tinha 10 anos quando estreei num GP Brasil de Atletismo; ganhei uma das minhas maiores insolações ao passar um sábado inteirinho sentada em uma arquibancada modular assistindo o Brasil jogar a Copa Davis e assim já foram dias assistindo vôlei de praia, de quadra, basquete, natação, entre tantos outros.

O esporte sempre foi algo que uniu minha família. E não é por ser menina que fui deixada de fora. Ou então, por ter sido sempre meio metida, corri atrás de aprender sobre aquilo que os meninos tanto falavam pra poder não ficar de fora.

O resultado dessa criação é que, a emoção que o esporte provoca em mim, é algo que não consigo controlar. Ainda mais aqui no Brasil, em que glória esportiva vem quase sempre acompanhada de uma história de superação.

Sei que esse esporte de superação, inocente e leal, este ideal olímpico muito presente no discurso e ausente na prática, existe cada vez menos. O doping cada vez mais presente, a manipulação genética se tornando uma realidade... Mas me permito, pelo menos no que diz respeito a isso, ainda ser uma romântica. Sempre que meu lado racional começa a agir neste sentido, lembro do histórico embate entre “EUA X Alemanha Oriental” no revezamento feminino nas olimpíadas de 1976, em Montreal, tantas vezes repetido pelo meu avô. Os atletas alemãs daquela época eram entupidos de esteróides desde a infância para que seus brilhantes resultados fossem usados, posteriormente, como propaganda política. Em 76, as mulheres alemães chamaram especial atenção ganhando quase tudo. Ao final, faltando uma última prova – o revezamento 4 x 100 – na qual as alemãs já detinham o recorde mundial, ocorreu o que até hoje é considerado um dos épicos da história da natação. Impulsionadas essencialmente pela vontade quase terminal de vencer a humilhação e derrotar um adversário fisicamente imbatível, as americanas chegaram à frente, e ainda bateram o recorde mundial pela enormidade de 4 segundos. Foi, sem duvida, uma vitória da mente sobre o corpo.

E lembrando disso, quando penso no cansaço que estou sentindo hoje devido a noite mal dormida eu penso: Segura mais um pouco... Olimpíadas a gente só tem de 4 em 4 anos!

É triste, mas é verdade

Texto do Juca Kfouri, na Folha de São Paulo de Domingo (10/08), tirado na íntegra do blog dele.
Não é de hoje que o Movimento Olímpico perdeu seu idealismo. Mas Pequim passa de todos os limites

"POR QUE você não foi para Pequim?", perguntam.
"Porque não quis", respondo. Mais: estou entrando em férias e só volto aqui no dia 21.
Claro que verei a Olimpíada e até comentarei no blog, mas ando cheio de tanta hipocrisia, a começar pela caça aos que são pegos no antidoping por hábitos que só fazem mal e pioram o rendimento.
Não aceito ver essa cartolagem imunda da família olímpica no papel de fiscal dos hábitos da juventude e, ainda por cima, expondo jovens à execração pública, como acabam de fazer com um jogador do handebol brasileiro.
Como não suporto o ufanismo da maior parte das narrações, com as exceções de praxe para os felizardos que podem assinar um canal de televisão fechada, razão pela qual darei uma fugidinha do país para acompanhar Pequim de uma cidadezinha colonial mexicana apaixonante chamada Guanajuato.
Porque passa do limite ver um Carlos Nuzman fazer quase o elogio da poluição ou se jactar pela maior delegação brasileira da história, quando só 12% de nossa rede escolar tem quadras de esporte. Aliás, quanto mais medalhas o Brasil ganhar, mais ficará demonstrado o desvio de sua não-política esportiva, porque privilegia o alto rendimento em vez da inclusão social ou a saúde pública por meio da prática de esportes.
Dá engulhos ver a cartolagem em hotéis de até sete estrelas enchendo a boca para dizer que esporte e política não se misturam, quando nada foi mais político do que escolher Pequim para receber os Jogos, cidade que, além de poluída, é uma capital que se notabiliza por cercear direitos básicos da cidadania.
Tudo por dinheiro, tão simples assim.
Porque a China talvez seja o melhor exemplo, com todas as suas contradições, de como ainda não se achou um sistema razoável, tão óbvias são as mazelas do comunismo e do capitalismo reais.
É claro que verei tudo, é claro que me emocionarei com as vitórias brasileiras, como com a festa de abertura.
É evidente que torcerei para que aconteçam triunfos como nunca, porque tenho a surpreendente capacidade (surpreende a mim mesmo, diga-se) de voltar a ser criança a cada competição em seu apito inicial.
E não é de hoje.
Faço assim com os jogos de futebol lá se vão bem uns 26 anos, depois que se revelou a existência da chamada "Máfia da Loteria Esportiva".
Porque paixão é paixão e não se explica, não se racionaliza, se sente.
E se curte.
Sim, eu sei que serei capaz de me comover às lágrimas até com a superação de um atleta que não seja conterrâneo, como já me aconteceu inúmeras vezes.
Mas é preciso que se diga que mais que em Atlanta, quando os Jogos Olímpicos modernos comemoraram cem anos e a Coca-Cola alijou Atenas de recebê-los num crime contra a história, esta edição chinesa é um soco em quem associa o esporte à saúde e à liberdade.
Lamento sentir assim, mas quem viveu a inesquecível festa de Barcelona-1992, cujos equipamentos até hoje são utilizados por quem os pagou, os catalães, além da hospitalidade que recebeu o mundo tão bem, não pode engolir Pequim-2008.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Fill in the blanks

Ao lado do caixa do restaurante onde almoço quase que diariamente tem um porta MICA... (Pra quem não sabe, MICA são aqueles cartões postais publicitários). Vira e mexe (já disse que eu adoro essa expressão?) algum cartão me chama a atenção e eu pego pra dar uma olhada...

Hoje tinha um cartão todo cinza com um escrito em fonte de máquina de escrever. Super discreto. Exatamente por isso se destacava.

Peguei o cartão para ler e me deparei com o seguinte:

Paulo está pelado com sua amante na cama,
Quando a porta do quarto se abre
De repente. Os dois olham assustados.
É Claudia, sua esposa:

Claudia (perplexa):
- Não acredito, Paulo!
Você está me traindo?

Paulo:
- Calma, meu amor, eu posso explicar:
________________________________
________________________________*

Claudia:
- Ai, meu denguinho, me perdoa.
Como eu pude duvidar de você?


* Papare-se para contar uma boa história em pouco tempo. Vem aí o festival de curtas do AXN.


Achei a propaganda sensacional! Sutil como eu gosto!
Peguei um cartãzinho e subi com ele pro escritório. Chamei o pessoal envolta da minha mesa e propus o exercício de “fill in the blanks”. Como vocês acham que foi a resposta do Paulo...

As respostas estavam muito lugar comum até que o mineirinho pediu a palavra…

Eis a resposta dele: Eu falaria o seguinte... “Eu cheguei do trabalho cansado e fui tomar uma ducha pra dormir um pouco. Como você vive esquecendo a chave, deixei a porta aberta pra você não precisar me acordar quando chegasse. Nisso, a louca desta mulher apareceu aqui, tirou a roupa e deito do meu lado. Agora, se você não quiser acreditar tudo bem... faça exatamente o jogo dela, brigue comigo, me ponha pra fora de casa. Ela estará rindo de orelha a orelha e nós dois sofrendo. Se bem que... quem não quer ficar do lado de uma mulher que prefere acreditar em qualquer sirigaita do que em mim sou eu. Não precisa nem esquentar a cabeça. Me da meia hora que eu tiro tudo meu daqui deste quarto.”

Ai, ai... mulher é bicho burro, né...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Aprendendo

Meu afilhado é uma dessas crianças com uma inteligência fora do normal. Certa vez, ele devia ter uns 6 ou 7 anos, ele, que mora em outro estado, veio me visitar aqui em casa.

Enquanto nossas mães conversavam na sala eu entrei para terminar a arrumação de livros que estava fazendo no meu quarto. O rapazinho veio atrás.

- Bob, você desculpa, mas a Dinda não vai poder brincar agora. Tenho que terminar de arrumar esses livros...
- Tudo bem, Dinda. Enquanto espero, posso brincar com o seu tapete?

Abre parênteses (Na época o tapete do meu quarto era um grande quebra-cabeças com uma imagem do fundo do mar. Era comum crianças, e alguns não tão crianças assim, aproveitarem as visitas ao meu quarto para montar o brinquedinho) Fecha parênteses.

- Claro, meu amor.

Algum tempo depois...

- Dinda, você tem todos os livros do mundo no seu quarto?
- Ainda, não, Bob. Ainda não.
- Mais um dia você vai ter?
- Infelizmente não.
- Então não fala ainda... ainda parece que você ainda tem esperança.

Tão pequetitos e já tão sábios... não precisou de muita estrada pra entender que a expectativa caminha junto com a decepção.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Adaptação visual

É por essas e outras, pela junção da arte musical com a visual, que a cada dia que passa eu gosto mais desses caras.
Um dos melhores "vídeos musicais" que vi nos úlimos tempos.


Gnarls Barkley - "Who's Gonna Save My Soul?"

A falta de resistencia oferecida pelo rapaz, a resignação e aceitação de que sem seu amor sua vida acabou, a certeza de que nada mais será profundo e intenso o bastante...
Ao mesmo tempo, o mergulho dentro do proprio umbigo de forma tão profunda que as razões do outro não são nem ao menos ouvidas...
.
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E no final das contas o que é a dor de amor se não a mais egoísta das dores?

Placar final

Ainda sobre a formatura de sábado...

Como em toda boa formatura de comunicação, o placar foi disputado...

O placar final ficou: Los Hermanos 6 X 4 Chico Buarque

Déjà Vu

Esse final de semana foi bom como a muito tempo um final de semana não era...
Recheado de festa, família, amigos... emoções e vazios.

Boa parte da emoção ficou por conta da colação de grau que fui assistir sábado pela manhã. O dia era da turma 2008.1 de Comunicação Social da PUC-Rio. Um número considerável de pessoas que fizeram parte dos meus 4 anos de faculdade estava representada naquele palco. Contudo, vou ser obrigada a confessar, que a minha emoção foi bem mais egoísta que altruísta.

Entrar no ginásio da PUC me provocou um imediato déjà vu. Foi uma viagem com data certa, mas precisamente 18 de janeiro deste mesmo ano. Senti naquele momento que não tinha ido apenas assistir a colação de alguns amigos.

Foi mais ou menos como se estivesse novamente na minha formatura, só que desta vez, vendo as coisas pelo ponto de vista da platéia. Amigos vestidos de preto e azul, em boa parte os mesmo professores, o mesmo lugar, a mesma decoração, a mesma atmosfera...

Me perdia vendo detalhes que somento os olhos treinados de quem já passou por aquilo seriam capazes de ver. Como o cochicho do grupo de amigos que estava mais envolvido na euforia daquela celebração do que no discurso de um ou outro professor... Na movimentação inquieta da perna das mães ao começarem a chamar a letra do nome do seu filho... Curioso seguir o olhar do formando para ver exatamente pra quem ele vai olhar na hora de erguer o canudo. Na já tradicional seleção de fotos exibidas no telão era fácil ver o que aquele momento significava para cada um daqueles formandos... Homenagens aos pais, fim de um tempo de festas, orgulho próprio.

E conforme os rituais iam sendo cumpridos - entrada enfileirada no ginásio, hino nacional, discursos, juramento, imposição de grau, chamada nominal – eu juntava as pecinhas daquela noite de sexta-feira... Uma noite na qual, apesar de não bebido uma única gota de álcool, tenho a memória composta de flashes.

Na volta pra casa comecei a pensar em como as coisas estão passando rápido... em como tudo mudou tanto sem nem mesmo sair do lugar (de novo esta velha sensação). É muito comum, quando surge o assunto de faculdade, eu dizer que “me formei agora, no início deste ano”. Este advérbio, agora, não me pertence mais. O agora é da turma de 2008.1 e não mais da de 2007.2.

As amarras que me prendem a este passado ainda tão recente vão a cada dia ficando mais frouxas. Será que eu me darei conta no dia em que elas se soltarem de vez? Deve ser normal o fato de eu ainda me identificar mais com o mundo “estudante” do que com o mundo “profissional”... o primeiro deles tem larga vantagem em número de anos de dedicação. Mas passo a passo, mês a mês, o segundo vai ganhando seu espaço.

Torço pra não perder o pouco do idealismo que ainda me resta, para não me acomodar na prepotência dos que valorizam a pratica em total detrimento ao acadêmico, pra que a velocidade dos acontecimento no atropele a emoção que cabe em cada um deles...
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E, como sempre, meu poeta pop se incumbiu de cantar algo capaz de representar o que estava na minha cabeça no momento em que ela encontrou o travesseiro na noite de sábado...