quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobre as minhas cismas

Eu tenho uma tendência a viver histórias que nunca existiram. Coisa de maluco mesmo, eu sei. Continuo namorando mesmo depois do fim de um relacionamento, evoluo a relação com um cara que fiquei a penas uma vez e nunca mais vi, trato meus amores adolescentes como se tivessem acontecido ontem.

Falando assim pode parecer uma coisa doentia... mas não é não. Como diz um amigo meu, isso é sintoma da alma de uma contadora de histórias.

Eu pego personagens reais e, a partir de ponto de um ponto de partida, que normalmente é a última vez que tive contato com a pessoa, continuo criando histórias... Vejo filmes e penso qual seria a reação deles, vejo coisas e imagino como ficaria bem na estante do quarto deles.

Me apego mesmo aos meus personagens.

Ma minha cabeça eles passam por crises, amadurecem, pesam na bola, tudinho, como se fossem pessoas reais.

São pessoas com as quais eu não perdi totalmente o contato, afinal preciso de novos insumos pras minhas fantasias, mas também não são amigos que acompanhem a minha vida. Na maioria das vezes apenas aquele e-mail de dois em dois meses comentando um filme, ou então uma mensagem perdida no meio do dia de trabalho.

Normalmente isso não afeta minha vida. É apenas uma atividade pra fazer no trânsito, nas horas mais ociosas...

Mas, de tempos em tempos, acabo acumulando tantos personagens que preciso me livrar de alguns deles. É como fazer uma limpeza no armário. É necessário para poder caber roupas novas. Não é uma tarefa fácil visto que me apego às histórias e personagens que construo. É quase como se realmente estivesse me despedindo de alguém.

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Semana passada foi uma dessas semanas. Estava me sentindo sufocada pelos meus amigos fantasminhas e me vi obrigada a estudar cada um dos casos pra ver quem sairia de circulação.

Fui enumerando um a um e vendo porque encasquetei com cada um deles.

Uns foram potenciais grandes amores, outros eram personalidades muito ricas, outros e conheci tão pouco que me permitiram criar o que eu quisesse sobre eles.

Como o sono não vinha acabei escrevendo essas coisas ao invés só de pensar sobre elas. No final das contas, em mais um dos meus recentes atos impulsivos, resolvi escrever pra cada um deles o motivo pelo qual ele tinha se tornado um personagem meu.

Só as respostas que recebi deles era suficiente pra me convencer a mante-los no acervo de personagens... Um ficou surpreso e até um pouco assustado, outro ficou lisonjeado, teve o que propôs tentar começar uma história de verdade pra que eu pudesse conferir o quão próximo da realidade era o personagem que criei, e houve ainda o que ficou insuportavelmente metido achando que era com ele que eu estava envolvida e não com a versão dele que eu criei...

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E foi assim, que quase sem querer, me livrei de quase todos eles. Ao me responderem eles estavam sendo reais de mais, reais o suficiente pra perder o encanto que eu tinha criado em cima de cada um deles. Mas que fique claro, só de alguns... ;-)

E agora cá estou eu, com um espação livre, esperando por novos personagens...

2 comentários:

Nathália disse...

Obrigada pela visita e pelo coment!
Mas... o que é um sanduíche?? hehehe

maria disse...

Coisa mais canceriana nem há, rs

Ainda bem que vc consegue arrumar a casinha de vez em quando.