Todo relacionamento que vai deixa alguns pedaços... ou são roupas que foram esquecidas na casa do outro, outras vezes CDs... No meu caso era um projeto. Desde que colocamos um ponto final na coisa, um ano atrás, eu estava com este projeto em casa.
Na época minha primeira intenção foi por o projeto em um envelope e deixar na casa dele. Queria me ver livre daquilo. Mas as coisas não são tão cartesianas assim. Aquele punhado de papel era o “único” elo entre a gente. Acabei decidindo guardá-lo... Cabeça de mulher é um problema... sabe como é, aquela ilusão de ter uma desculpa oficial para, quem sabe, um outro encontro.
O tempo passou e o tal encontro nunca aconteceu... mas toda vez que eu abria o porta-luvas lá estava o tal envelope. No início ele me incomodava, confesso. Mas de uns tempos pra cá ele tinha sido rebaixado (ou promovido?) a simples objeto de decoração. Mas não tinha como negar: o tal último elo andava diariamente do meu lado.
Até que, hoje, eu fiz um percurso diferente do usual para ir pro trabalho... quando olho pro lado, lá esta a rua dele. Abro o porta luvas e o envelope também está lá. Não pensei duas vezes. Saltei do carro, deixei o envelope como estava na portaria... meio amassado, com as orelhas viradas. Ele estava datado de 13/03/06!!! Não sei nem se dentro do envelope existia algum bilhetinho escrito na época... simplesmente deixei com o porteiro.
Nossa. Chega a ser difícil explicar o que eu senti depois... me senti mais livre. Como se eu não tivesse mais que me convencer que eu superei a história toda. O elo se foi. Pronto. That’s it.
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