sábado, 21 de março de 2009

Mulherzinha

Eu nunca fui fã de literatura “mulherzinha”. O último livro deste estilo que li e gostei foi O Diário de Bridget Jones, e mesmo assim, eu era tão novinha quando li, que acho que foi mais questão de encantamento com os problemas emocionais de mulheres adultas do que ter gostado mesmo.

Dos lançamentos de maior sucesso recente nesse estilo, não cheguei nem perto. Não julgo como literatura baixa, pequena... nem mesmo tenho um preconceito com o estilo. Mas não gosto muito das generalizações que esses livros fazem. As mulheres são sempre neuróticas, meio desiquilibradas e sempre termino esse tipo de leitura achando que eu sou menos “cor de rosa” do que eu deveria ser.



Pequeno parêntese: (Engraçado que o mesmo não se aplica no cinema. Adoro comédias românticas e filmes de mulherzinha! Simplesmente adoro!).


Mais eis que... Eis que surgiu o fenômeno “He`s just not that into you” (“Ele não esta afim de você, em português). Já tinha ouvido falar, tinha achado a idéia interessante, mas como todos os outros do gênero, ele não me fisgou. Até que um dia, minha prima que mora a uns oceanos de distância, me liga mPequeno parêntese: (Engraçado que o mesmo não se aplica no cinemaorrendo de rir e pergunta se pode ler o trecho de um livro pra mim. Era um trecho deste livro e contava uma história super parecida com uma história que ela tinha vivido nos tempos de faculdade. Rimos juntas e o livro ficou na minha cabeça. Na mesma semana, uma amiga pergunta se eu já tinha lido o livro e, mediante a minha negativa, me contou um caso que o livro ilustra que aconteceu quase igual comigo poucos meses atrás.

Foi o ponto final. Resolvi dar uma chance a este tal de Greg Behrendt, o homem que servia de consultor masculino aos diálogos de Sex and the City.

Pois logo nas primeiras páginas o autor diz o seguinte:


Hey, I know that guy you`re dating.


Yeah, I do know. He`s that guy that`s so tires from work, so stressed about the project he`s working on. He`s just been through an awful breakup and it`s really hitting him hard. His parent`s divorce has scared him and he has trust issues. His mother (grandmother, sister, brother) are very ill at the moment and he has been very busy with it. Right now he has the focus on his career. He can`t get involved with anyone until he knows what his life is about. He just got a new apartment and the move is a bitch. As soon as it all calms down he`ll leave his wife, girlfriend, crappy job. God, he`s so complicated.



Como assim? Eu não passei da página 5 e já me vi em pelo menos 3 casos desses aí de cima. Fora que sei de história de amigas que se encaixam em outras 2.
É engraçado como pode mudar o país, a cultura, a língua e certas coisas continuarem iguais. Mulheres não sabem aceitar que estão sendo rejeitadas e inventam um milhão de motivos que justifiquem o motivo dele não ter ligado no dia seguinte, na semana seguinte...


Continuo sendo contra as generalizações e este livro assume descaradamente as fazer. Mas ao mesmo tempo não posso negar que estou dando boas risadas e que em muitos aspectos ele tem razão.

O meu ponto é o seguinte. Ele pode não estar muito aí pra mim. Por tanto que eu também não esteja muito aí pra ele eu “aceito” ser enrolada. O velho papo de se divertir com os errados enquanto não acha o certo, ou então de que não procuramos o pai dos nossos filhos em cada boca que beijamos.

O problema é que nós mulheres somos seres loucos por natureza. É normal nos pegarmos pensando se os nossos sobrenomes combinam ainda no terceiro encontro, por exemplo... Por isso essa coisa do informal, do casual, do incerto provoca arrepio em muitas de nós.
Só digo uma coisa. Se aventure na leitura e vá marcando as histórias que já se passarm com você, tente identificar suas amigas em outras e depois promova uma “girl`s night” com este tema. Aposto em muita diversão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu vi uma entrevista com o autor deste livro na Oprah e até achei interessante.

Minhas opiniões a respeito (post no post, sorry!):

- os homens são mais honestos que nós, só que eles agem (positiva ou negativamente) e não verbalizam, que é o que esperamos deles.

- não conseguimos ser honestas com nós mesmas. Não sei se é defeito de criação, se é o ícone da princesa no subconsciente, ou um puta masoquismo.

- com o tempo, temos que evoluir. Conheço muitas mulheres que com mais de 30 agem como se tivessem 13. Eu me dei conta disso aos 26.

- 90% das mulheres querem algo que não existe. Depois sofrem e põem a culpa nos homens.

- 90% das mulheres quando conseguem alguma coisa, se contentam com muito muito muito menos do que esperavam. Depois sofrem e põem a culpa nos homens.

- Eu simplesmente AMO os homens e sua simplicidade de raciocínio. E em termos de relacionamento, é muito mais enriquecedora uma conversa com um amigo homem (homem mesmo, não tenho amigo gay, pelo menos acho que não!) do que com uma amiga mulher. Vai ver por isso o livro do cara faz sucesso!