quarta-feira, 4 de março de 2009

Novos passos

A minha vida mudou bastante nas últimas semanas.
Como trabalho em uma empresa de consultoria, de tempos em tempos minha rotina de trabalho muda totalmente. Meu novo projeto mudou um pouco mais do que os anteriores vinham fazendo. Agora, eu mudei de cidade. Diretamente do Rio para uma cidade do interior.

Acho que eu demorei a escrever sobre o assunto porque ainda estava (estou?) na fase de montanha russa sentimental em relação a isso. Ora adorando, ora não gostando tanto assim.

Começa pela viagem em si. Três horas no ônibus é cansativo! Na ida ainda é tranqüilo. Saio de casa tão cedo pra pegar o ônibus que ainda estou meio grogue durante a viagem. Mas na sexta o bicho pega. Saio de “Mato” no meio da tarde, com aquele solzão na cara e sabendo que quando chegar na rodoviária ainda enfrentarei o trânsito até em casa

O “Matoem que estou morando cresceu muito nos últimos anos por conta do petróleo e é engraçado ver como alma de cidade pequena vai tentando se esticar pra virar cidade grande. O ônibus da empresa que nos busca no hotel nos deixa no escritório antes das 8 da manhã, em compensação às 17h estou sentada rumando de volta para o Hotel. Coisa de cidade pequena. Em compensação, durante um passeio no calçadão você ouve pelo menos duas línguas diferentes da sua. Coisa de cidade grande.

 

Se fosse no Rio essa seria minha rotina dos sonhos... imagina, estar em casa todos os dias às 17:30h. Mas aqui é tempo livre demais.

 

Para não ficar enchendo minha cabeça de bsteiras, me inscrevi numa academia de dança, ando quase todos os dias no calçadão (justo eu que sempre morei em frente a praia tive que vir pra tão longe pra fazer isso!), vou à padaria ou à farmácia sempre pelo caminho mais comprido... Quando não estou com paciência para exercícios sento numa das pedras (a praia aqui é cheia delas) e vejo o dia se apagar aos poucos... O por do sol daqui é charmoso.

Sempre quis morar sozinha, sempre fiz muitas coisas sozinhas... não sou do tipo de pessoa que precisa de companhia pra tudo… A única diferença é que no Rio, na maioria das vezes, fazia isso por opção e aqui por falta dela.

 

Tem dias que é uma delícia chegar no quarto do hotel e me esparramar naquela cama king size e ficar vendo seriados e mais seriados, lendo livros, escrevendo minhas abobrinhas. Outros dias, acho a cama grande demais, ligo pra casa e peço pro meu irmão ou um amigo me contar sobre seu dia.

 

Tenho tempo pra pensar que estou acima do peso, se o carinha que eu queria não me ligou no fim de semana, que eu prometi pra minha mãe resolver um problema no cartório e não fui, que vejo meus avós menos do que eu deveria.

 

Mas é ótimo ter tempo pra fazer o que eu quero, no meu tempo, sem dar satisfação ou ouvir reclamação. Chorar e rir, ficar ou sair, dormir cedo ou vira noites seguidas...

 

Tempo de escrever posts e e-mails enormes (uns necessários, outros nem tanto). Tempo de planejar um milhão de roteiros de férias diferentes (os pins coloridos do google earth que o digam!)... e de nutrir uma vontade cada vez maior de aproveitar o fim de semana.

 

Esta sendo uma experiência rica, pelo menos disso eu não tenho dúvidas...

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