Eu sempre gosto de conversar com gringos quando os encontro aqui no Brasil. Gosto de saber a opinião deles, a visão externa das coisas que não temos mais tanta sensibilidade para admirar ou criticar devido a proximidade.
Como moro no Rio, esses encontros são muito freqüentes... Mas em Salvador também pude interagir com uma boa quantidade de foreigns...
Relato 1:
Alemão, morador de Berlim, 29 anos, filho de brasileira, visitando o Brasil pela 3ª vez. Já tinha estado no carnaval do Rio e este ano foi com mais 4 amigos alemães conhecer a folia em Salvador.
“Sabe o que eu estou achando mais engraçado? Vocês vendem o Carnaval aqui da Bahia como a maior festa popular do mundo e até agora eu não vi nada de popular. Não consigo ficar 10 minutos sem olhar a marca de 5 mega empresas, de meia em meia hora ganho um brinde de outra empresa. No Rio o carnaval é muito mais grandioso, a gente sabe que existe muito dinheiro de empresas envolvido patrocinando os enredos, mas as marcas não entram no desfile. Aqui não. Se não bastasse a corda que separa o povão dos possuidores de abada, os artistas param de 10 em 10 minutos pra agradecer alguém ou pra fazer merchandising.
Bom, apesar deste discurso inflamado o alemão e seus amigos juraram que estavam adorando e se divertindo muito.”
Relato 2:
Americano, nascido em Chicago, 28 anos, primeira vez visitando o Brasil. Foi atrás do trio no 1º dia mas na agüentou o pique e nos demais partiu para o camarote. Ele é do time que ajuda o carnaval custar o que custa. No camarote que eu paguei R$450 ele pagou R$1000,00 e estava achando o preço super justo.
Resumindo as muitas horas de conversa que tivemos, ele e os amigos (todos americanos) estavam encantados com a alegria das pessoas. Fizeram ate piadinha sobre o que colocavam na água em Salvador para deixar as pessoas com o sorriso constante no rosto. Dá pra entender, ele não é brasileiro, não entende o que é esperar o ano todo pelo carnaval. No mais ele disse ter achado o Axé muito estranho e repetitivo. Me garantiu que se eu desse a letra de uma música por escrito, mesmo sem falar uma palavra de português, ele seria capaz de acompanhar. Não duvido nada. No mais ele estava mais interessado no whisky liberado do camarote do que qualquer coisa.
Relato 3:
Americano de Boston. Não pude ter mais detalhes pois esse eu encontrei no meio do trio e não no sossego do camarote.
O cara estava alucinado. Disse nunca ter visto tanto beijo na boca na vida dele. Garantiu que ia ter dificuldade de explicar isso pros amigos dele, mas que o Carnaval de Salvador era ainda melhor que o Spring Break na Flórida.
Do alemão “revoltado” ao americano alucinado, literalmente em Salvador você encontra de tudo.
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