terça-feira, 14 de agosto de 2007

Marcas

Têm pessoas na minha vida pelas quais tenho um carinho enorme ou das quais sempre lembro. Muitas dessas pessoas são amigos que são, ou que já foram, muito próximos. Mas o curioso é que alguns desses tiveram passagens muito rápidas, outros eu nem mesmo cheguei a conhecer pessoalmente.
.
Eu estranhava quando via um filme ou lia um artigo e lembrava na hora de fulano; ou então quando ouvia uma música e queria saber a opinião de Ciclano (O corretor ortográfico insiste que eu troque pra Cicrano, mas meu personagem é com “l” mesmo)... Cheguei a achar que isso fosse carência em alto grau, pode até ser que seja, mas acho que é um pouco mais além.
.
Podemos dividir com os outros histórias, sentimentos, conhecimento... isso é quase uma premissa do convívio em sociedade. Com meus amigos de longa data eu tenho choros, risos, viagens, brigas, porres... milhões de coisas. É fácil saber como e porque muita coisa me remete a eles. Mas e o cara com quem você dividiu uma única (ou algumas poucas) noite? Ou então a pessoa que você falou meia dúzia de vezes pelo MSN, ou pra quem seu amigo te apresentou já tem um tempão e você mesmo assim sempre pensa nele?
.
Como eu disse dividimos mais que histórias com as pessoas, podemos (e devemos) dividir conhecimentos. E não nos prendamos aqui a conhecimento acadêmico e burocrático. Como não lembrar com carinho que alguém que te apresentou um CD que depois, por mero acaso, se tornou a trilha sonora de uma viagem inesquecível? Ou de uma outra pessoa que te sugeriu um livro que era exatamente o que você precisava naquela fase da sua vida? E ainda o cara que, em poucos encontros, te ensinou mais sobre o seu corpo do que um namorado de longa data? Como não lembrar recorrentemente dessas pessoas se mesmo em passagens tão breves elas te deixaram marcas inesquecíveis?
.
Portanto, agradeço a uma pessoa que em menos de um mês de conversas no MSN me apresentou um dos livros que mais me marcaram até hoje e que, coincidentemente, foi o que me levou a uma das bandas que mais ouço hoje. Agradeço a um certo esquisitinho por ter me mostrado as delícias da “câmera lenta e olhos fechados”. Não posso esquecer do autor de um blog que constantemente me apresenta música fantásticas e que marcaram a virada pela qual passei recentemente...
.
Não é questão de carência... é só o reconhecimento pela marca que eles deixaram... sem pieguices, obrigada.

Um comentário:

Cowboy disse...

Lobo?

Teatro?

Adoro.

E sempre passo por aqui.

;-)