Desde pequena eu sempre disse que queria viver pelo menos 114,5 anos. Assim eu poderia ver duas viradas de século.
Comecei a mudar de opinião depois que eu vi que uma mudança de século não é algo tão legal quanto eu imaginei que fosse ser. O que me fez ter certeza que eu prefiro morrer aos 50 do que aos 114,5? Meus avós!
Não me entendam mal! Eu amo meus avós, amo demais! E eu quero que eles vivam até os 130 se for possível!
O ponto é que eu ando pensando cada vez mais que este é um pensamento egoísta.
Ver quem a gente ama ficar debilitado, fraco, se sentindo impotente e dependente... Isso não é nada bom. Mas ainda sim eu cerco meus velhinhos o máximo que posso, e faço de tudo pra eles ficarem bem.
Mas como será que eles sentem isso?
Imagine meu avô, que sempre foi o general da família, hoje precisar que um filho ou o neto lhe troque a fralda geriátrica?
Imagina uma avó que sempre foi ativa, batalhadora e independente hoje ter que passar seu dia quase inteiro sentada sentindo dor pra fazer qualquer movimento devido às artroses?
Eu não imagino. Eu estou vivendo isso.
E é difícil.
Não só conseguir ser sangue frio para fazer o que tem que ser feito ao invés de ficar pensando nessas coisas todas, como também ajudar meus pais. Pois se é barra pra mim, imagina só como não deve ser pra eles.
E no último sábado, dia do meu aniversário, enquanto meu avô operava, o único presente que eu queria é que ele ficasse bem e que ainda pudesse me encher de beijos babados muitas e muitas vezes.
Como sempre, o velho não me disse não. Ele pode estar “gagá” mas não perde a mania de me mimar e me dar sempre o que eu quero.
Mas no fundinho, eu fico me perguntando o que ele teria preferido. Morrer “no auge” ou passar por todas as coisas que ele consideraria indignas se ele estivesse lúcido o suficiente para isso?
Como sou egoísta, não dou essa chance a ele. Mas se fosse comigo... bem... aí...
Comecei a mudar de opinião depois que eu vi que uma mudança de século não é algo tão legal quanto eu imaginei que fosse ser. O que me fez ter certeza que eu prefiro morrer aos 50 do que aos 114,5? Meus avós!
Não me entendam mal! Eu amo meus avós, amo demais! E eu quero que eles vivam até os 130 se for possível!
O ponto é que eu ando pensando cada vez mais que este é um pensamento egoísta.
Ver quem a gente ama ficar debilitado, fraco, se sentindo impotente e dependente... Isso não é nada bom. Mas ainda sim eu cerco meus velhinhos o máximo que posso, e faço de tudo pra eles ficarem bem.
Mas como será que eles sentem isso?
Imagine meu avô, que sempre foi o general da família, hoje precisar que um filho ou o neto lhe troque a fralda geriátrica?
Imagina uma avó que sempre foi ativa, batalhadora e independente hoje ter que passar seu dia quase inteiro sentada sentindo dor pra fazer qualquer movimento devido às artroses?
Eu não imagino. Eu estou vivendo isso.
E é difícil.
Não só conseguir ser sangue frio para fazer o que tem que ser feito ao invés de ficar pensando nessas coisas todas, como também ajudar meus pais. Pois se é barra pra mim, imagina só como não deve ser pra eles.
E no último sábado, dia do meu aniversário, enquanto meu avô operava, o único presente que eu queria é que ele ficasse bem e que ainda pudesse me encher de beijos babados muitas e muitas vezes.
Como sempre, o velho não me disse não. Ele pode estar “gagá” mas não perde a mania de me mimar e me dar sempre o que eu quero.
Mas no fundinho, eu fico me perguntando o que ele teria preferido. Morrer “no auge” ou passar por todas as coisas que ele consideraria indignas se ele estivesse lúcido o suficiente para isso?
Como sou egoísta, não dou essa chance a ele. Mas se fosse comigo... bem... aí...
6 comentários:
belo texto!
é por isso q eu penso em suicidar aos 65 anos...
qnto mais a gente vive, mais coisas a gente vê e passa... muitas coisas boas, mas tb muitas coisas ruins...
foda isso!
bjos
e bjos em seus avós tb
>>
Prezada,
Sou leitor esporadico de seu blog,mas me permiti a liberdade de lhe dizer que seu texto é muito parecido com o que penso.
Acompanhei minha mae na despedida dela e tive certeza que ela prefeeriria ter ido antes de passar por esta fase, mas tambem queria ficar para aproveitar mais os momentos com os filhos e pessoas que amava.
Eu penso hoje, sem filhos, que morrer sem sofrer/novo é a minha escolha, mas depois quando tiver filhos, fico pensando que talvez queira ficar, mesmo sofrendo, para aproveitar mais a convivencia com eles.
Para resumir, ia escrever uma unica frase e virou um texto, desculpe, mas a frase é:
Morrer só é ruim para quem fica!
explicando: Nao sei qual é a sua fé, mas em todas, o pós vida é retratado de forma melhor do que aqui, paraiso, rios de mel, volta como uma pessoa mais evoluida,etc...Na pior das hipoteses, nao havendo nada, pelo menos o sofrimento terminou.
Parabens pelo blog e pelo texto
Como eu te entendo. Tenho destes por aqui. Mas pergunte aos velhos se eles abrem mão dos anos caquéticos? De jeito nenhum!
Por isso que eu digo que só vou dar cartaz a ciência do prolongamento da vida quando esta conseguir aumentar uns 10 anos da infância mais uns 10 do início da idade adulta (adolescência não, ninguém merece!). Porque viver mais 60 depois dos 60... é realmente interessante?
E tive a oportunidade de viver o outro lado: minha avó morreu de cancer aos 60. Bonita, nova e ativa. Não queria morrer. No dia anterior à sua morte, precisou de uma transfusão de sangue e confessou à minha mãe que estava com medo de contrair HIV. Mas não sei se ela aguentaria envelhecer como a irmã gêmea dela tem envelhecido. A velhice, definitivamente, não combinava com ela.
É isso... a vida é um enorme mistério. E não sabendo o que o futuro me reserva, eu sigo vivendo a minha vida, curtindo cada fase, me preocupando apenas em não ser ridícula!
Penso exatamente como você. E quando digo que não quero ter filhos, me perguntam quem vai cuidar de mim quando eu estiver velhinha. A questão é que não quero viver tanto assim. Até os 55 anos tá ótimo pra mim.
Obrigada pelo "olá" no meu blog. :)
Eu sempre disse que quero morrer no máximo com 70, antes da derrocada. Simplesmente morrer, sem doenças, sem sofrimento, apenas partir dessa para uma melhor. E percebi, dia desses, que minha mãe também sente o mesmo: o medo de dar preocupação para os outros.
E por isso, eu sei que, quando a hora chegar, embora doloroso para mim, será o seu pedido. Então só me resta aceitar.
(Não sei se fiz sentido, ando meio doidinha :P )
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