quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ano novo

Pra mim nunca é fácil decidir o que fazer no Reveillon. Sou parte daquele time que acha que essa é apenas mais uma noite do ano e, por tanto, não concorda com a supervalorização de preços que ocorre na data.

Esse ano revolvi não inventar eventos mirabolantes, apenas uma festa com a família e algumas das pessoas que mais gosto.

Quando o relógio bateu 22h e a festa estava rolando tocou o interfone.

“M., é pra você!”.

Qual não foi minha surpresa ao dar de cara com ele na portaria do prédio. Bermuda branca, camisa vermelha, rosa branca em uma mão e um embrulho delicado na outra. Nem no meu sonho mais audacioso eu iria imaginar a presença dele ali. Ainda não tinha conseguido emitir nenhuma palavra quando ele, tomando o controle (como sempre), falou simplesmente “vamos subir?”.

Chegando novamente na festa ele ofereceu o embrulho à nossa anfitriã, deixou sua flor junto às demais que seriam oferecidas a Iemanjá no fim da noite e se misturou aos meus primos e amigos com a naturalidade de sempre.

Meu coração ainda não tinha decidido o que sentir. Enquanto alguns olhos me procuravam procurando respostas ou expressando sentimentos fui relaxando, tomando mais algumas taças de espumante, dançando...

Sua naturalidade sempre me encantou e irritou em proporções semelhantes.

Mas seu brilho e sua espontaneidade, esses sim, sempre me fizeram suspirar.

Deu meia noite. Esfrega o louro e põe na carteira, pula sete ondas, embrulha sementes de romã, oferece flores, abraça os queridos e...

Acordar hoje do seu lado fez perceber como as coisas fogem ao meu controle. Te levar hoje ao aeroporto foi uma forma um pouco direta demais de me confirmar isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que foge ao nosso controle é justamente o que nos seduz. Não há paixão controlada, medida, calculada.

Comentário atrasado, eu sei, mas, na verdade, vim aqui porque acabei de receber as fotos do meu reveillon e lembrei de vc. Eu dancei a noite toda em cima de um banco! É porque não tinha balcão, e as mesas eram meio bambas, sabe como é...