Na minha vida desde cedo aprendi a lidar com a saudade. Este sentimento sempre foi constante... ele é constante.
Hoje faz um ano que venho descobrindo uma forma nova de saudades... um tipo de saudade que me fez questionar se o sentimento tão presente na minha vida era mesmo essa tal saudade ou eu é que estava chamando esta nova forma de senti-la pelo nome errado...
Acho que é a segunda opção.
Não se pode comparar a falta que faz uma pessoa que, por mais longe que esteja, está em algum lugar com a angustia de saber que, por mais que você sinta falta de alguém, ele jamais estará com você de novo.
Este tem sido o último grande ensinamento que o Vovô deixou pra mim... Como conviver com o vazio do “nunca mais”, do definitivo.
Não vou dizer que neste um ano pensei nele todos os dias... Muitas foram as vezes em que acordei e voltei a dormir sem pensar no meu avô... minha vida continuou, graças a Deus (ou a quem quer que seja!). Houve dias em que algo me fez lembrar dele e essa lembrança passou com a mesma leveza e naturalidade que veio... alguns outros a lembrança me trouxe dor... muitas destas lembranças vieram acompanhadas pelo medo. Mas a grande maioria veio recheada de boas memórias, de histórias divertidas... Incrível essa capacidade de só lembrar do que foi bom!
Posso dizer milhões de coisas sobre o Vovô Zé Luiz...
A pessoa mais inteligente que conheci, um líder por natureza, alguém que nunca se abateu pela deficiência, um amante de todo e qualquer esporte... um exemplo. Um dos meus maiores.
Tudo isso é pouco.
Até em sua morte ele continuou me ensinando... me ensinando a deixar ser surpreendida sempre! E naquele dia 24 de novembro foi assim. Tive do meu lado velhos amigos que sempre soube que estariam comigo; amigos recentes que me aqueceram o coração... Vi meu primo deixar de ser apenas meu primo e se tornar um Doutor, vi minha Vó deixar de “resmungar” e ser esposa. Vi meu pai chorar.
Na hora do tchau cantamos o hino do América baixinho... e hoje é muito difícil ouvir essa música sem lembrar daquele momento...
Confesso que é muito difícil fazer muitas coisas sem lembrar dele... a Mágica é aprender a fazer com que, sempre que possível, a lembrança seja prazerosa... estou aprendendo este truque.
Não que o Sr. Precise disso por aqui ou por uma missa... mas Vovô... você é uma das pessoas que mais admiro neste mundo. Te amo muito, muito e pra sempre.
Hei de torcer, torcer, torcer
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer
Pois a torcida americana é toda assim, a começar por mim...
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