terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Papo (com a) cabeça

Local: Copa
Mãe e filha colocam a mesa enquanto esquentam o jantar
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Mãe - Então filha, decidiu seu carnaval?
Filha - Ai, mãe, nem fala... Depois de 5 anos eu acho que vou passar o carnaval no Rio. Derrota máxima.
M - E todos aqueles lugares que você tava vendo de ir?
F - Melou tudo!
M - Filha, por que você não vai pra Lisboa?
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Local: Quarto da filha
Após o jantar ela deita na cama do quarto artificialmente refrigerado e reflete
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Consciência - E no final das contas, por que não ir pra Lisboa?
Filha - Porque ta muito frio nessa época do ano...
C - E você não adora as oportunidades que tem de usar suas roupas de inverno?
F - Tá, e mesmo se não fosse pelo frio, lá não é feriado e ele trabalha até tarde todos os dias
C - Portugal é um país super interessante. Você poderia fazer turismo durante o dia e encontrar com ele de noite. Nos dias em que você estava trabalhando e ele estava no Rio não foi assim que foi feito?
F - Foi... Mas ele foi embora tem pouco tempo. Eu não quero me acostumar mal, achando que sempre que bater a saudade eu posso ir pra lá. Que vamos nos ver todos os meses...
C - Mas por que não aproveitar pra se verem no mês em que você pode viajar?
F - Porque a gente sabia desde o início que seriam 15 dias. E esses 15 dias já acabaram. Estar junto agora é só renovar o passaporte pra sofrer de novo no fim do carnaval... Desse jeito eu não me acostumo a nossa real situação. De que existe o Atlantico no meio e que não há possibilidade de termos nada que fuja do fulgás caso de verão... Você acha que eu to errada? Que eu devo ir pra Lisboa?
C - Eu não disse isso em momento algum.
F - Mas então por que todas essas perguntas?
C - Só pra ter a certeza que você sabe as respostas.
F - Você não confia mesmo em mim, né?
C - Se você achar que eu não tenho motivos pra isso podemos continuar a conversa.
F - Não, por mim está bom por hoje.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Voltei!

Quase dois meses longe daqui.
Isso é um recorde! Só não sei se é do tipo de recorde que se deve comemorar ou não...

Tantas coisas aconteceram neste tempo de ausência que não sei nem por onde começar.

Quantos sonhos cabem em duas semanas? Quantos a sua mente se permitir sonhar! Foi isso que eu aprendi nas minhas duas primeiras semanas de férias. Nadei com baleias, realizando o sonho da menina de 4 anos que um dia eu fui. Estive com o roteiros dos maiores filmes de Hollywood em mãos, realizando o sonho da roteirista que um dia eu penso em ser. Tive uma overdose do meu irmão. Overdose do melhor tipo que existe! Como é possível eu amar tanto uma pessoa tão diferente de mim? Até hoje eu me surpreendo com o tamanho do meu sentimento por ele. Senti frio, visitei lugares incríveis, andei, andei e andei. Vi pessoas diferentes, ouvi musicas novas, segurei uma estatueta do Oscar. Cheguei perto do mundo com o qual eu tenho medo até de sonhar... Foi de verdade e foi ótimo.

E, por incrível que pareça, tão bom quanto as férias no hemisfério de cima, foram as férias em casa. Ser turista na minha própria cidade foi uma delícia. Tudo bem que o fato de a minha cidade ser o Rio de Janeiro ajuda. E a companhia... ah, melhor nem comentar antes que o coração aperte de saudade. Ir ao Maracanã, aquele programa de todo domingo, com os olhos de uma primeira vez. Poder explicar cada grande conquista e cada grande derrota que vi ali dentro, tentando descrever sentimentos indescritíveis... Caminhar pelas ruas do centro da cidade de saia jeans e chinelo, reparando na arquitetura, entrando em cada igreja e prédio histórico, passar uma tarde no Passo Imperial e esperar a tempestade passar abrigada no Mosteiro de São Bento. O Forte do Copacabana, o Dedo de Deus ou até mesmo a praia em frente de casa. Tudo tão gostoso! Tudo de tão fácil alcance e quase nunca aproveitados como se deveria...

E a sensação de ser uma adolescente de novo? Romance escondido, amor de verão, flor roubada do jardim do visinho, beijo com gosto de mamão, mão dada por baixo da mesa... E a certeza de que, às vezes, o melhor caminho para se esquecer uma história não é fugir dela e correr pra longe do mundo onde ela aconteceu...

Agora a vida volta a programação normal e com isso espero que o Blog também.