terça-feira, 28 de outubro de 2008

Gotas de Sabedoria

"A gente vem ao mundo com as trepadas contadas, e as que não se usam, por qualquer motivo, próprio ou alheio, voluntário ou forçado, se perderam para sempre"

(Gabriel Garcia Marques, em Amor nos tempos do cólera)

A volta à realidade

A festa acabou!
Foram duas semanas pra ficar na história!
Uns davam dois beijinhos, outros mal apertavam as mãos. Tinha alemão dançando salsa e jamaicano sambando. Eram 18 países, 80 pessoas, muitas aulas e muitas festas.

A sensação quando o curso a acabou foi parecida com a sensação que eu sentia no ultimo dia da colônia de férias, quando eu era criança. Aquele aperto no peito ao se despedir de pessoas que duas semanas atrás você nem conhecia mas que naquele momento parecem indispensáveis na sua vida.

Na época de colônia de férias a gente tinha aquela ilusão de que continuaríamos melhores amigos pra sempre. Trocávamos endereço e telefone na esperança de mantermos o contato até as férias seguintes. Raramente chegavam cartas... Alguns não voltavam no ano seguinte... Daquele tempo me restou uma amiga. Daquelas que não falo com muita freqüência mas por quem guardo um carinho incalculável.

Após o fim do treinamento o ritual foi o mesmo. Abraços de despedida chorosos e emocionados, juras de “manteremos o contato”... Desta vez os recursos para manutenção da relação são maiores... E-mails, MSN, Facebook... Mas o ponto continua o mesmo. As piadas em breve acabarão, as histórias iram minguar até que chegará um dia em que não teremos mais assuntos =( Quem sabe depois de um tempo ainda sobrem uns 3 ou 4 amigos...

O tempo passou, eu cresci, mas isso não mudou em nada o aperto que eu sinto ao me despedir das pessoas.

No mais, é sempre bom poder se comparar com os pares do restante do mundo, ver que não estamos nada atrás dos demais e que o Brasil continua sendo um lugar desejado.

Que venha a próxima colônia de férias... ou então, a próxima viagem de trabalho...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Conto de fadas

Ela pergunta:
"If you like Pina Coladas, and getting caught in the rain.
If you're not into yoga, if you have half-a-brain.
If you like making love at midnight, in the dunes of the cape.
I'm the lady you've looked for, write to me, and escape."


Ele responde:
"Yes, I like Pina Coladas, and getting caught in the rain.
I'm not much into health food, I am into champagne.
I've got to meet you by tomorrow noon, and cut through all this red tape.
At a bar called O'Malley's, where we'll plan our escape."


Resultado final...


domingo, 12 de outubro de 2008

Foi dada a largada...

Pois é... estou na minha primeira empreitada profissional em território internacional! Quem dia, não?

Como estamos falando de mim, as coisas não podiam ser calmas e tranqüilas... A aventura começou ainda no caminho do aeroporto. Acreditem se quiser, o carro do enguiçou no meio da linha amarela! Depois de alguns momentos de tensão e uma boa chupeta (mecânica, gente, mecânica!) consegui chegar no aeroporto.

Já no aeroporto, descobri que meu vôo estava só 3 horas atrasado. Delicinha, né? Ótimo programa pra noite de sexta-feira o saguão de embarque do Galeão. Eu não via a hora de embarcar logo e estrear mais um dos meus personagens.

Abre parênteses – Não tenho paciência de responder aquele questionário do IBGE típico de quando você acaba de conhecer uma pessoa (nome, idade, onde mora, o que faz da vida e blá blá blá), principalmente quando a chance de você rever aquela pessoa na sua vida é nula. Sendo assim, tenho várias personagens que uso nesses momentos. Até hoje nunca fui pega – Fecha parênteses.

O cara que sentou do meu lado na ida apagou e não me deu a chance de desenvolver minha historia, mas na conexão que eu peguei nos EUA a história foi outra. Rá! Meu nome desta vez era Jaqueline e me apresentei com a programadora daqueles canais de áudio do avião. Lá pelas tantas falei de como os aviões com telas de vídeo individuais e os MP3 players estavam acabando com o meu trabalho, mas que nenhum deles tinha o mesmo charme... Modéstia parte dei um show. Meu interlocutor até prometeu a dar mais atenção para estes canais! =P

Bom, não estou nem a 48h nos EUA e já consegui “carimbar” os três maiores clichês brasileiros: Me perguntaram sobre futebol – Viva o Pelé! -, sobre as novelas – o cara que eu conheci ontem está apaixonado por Xica da Silva e ficou indignado de saber que a novela é antiga -, e o famoso “Brasil? Ah! Buenos Aires!” – Mas justiça seja feita, a menina confundiu com Boa Vista, onde, pelo que entendi, ela tem amigos virtuais.

E olha que estamos só no começo!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Marcas do tempo

Quando olho pro meu passaporte e vejo lá o carimbo escrito "visto de trabalho" não consigo parar de pensar que o tempo passa rápido pra caramba!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Turismo doméstico

Sei que vivo reclamando de trabalhar longe de casa, mas se não fosse a distância o Centro da cidade seria um dos meus lugares preferidos.

Depois de 2 semanas distante deste ambiente, hoje fiz uma aparição relâmpago na zona central.
Reuniões feitas, compromissos cumpridos e ainda me restava um tempinho... quando namorava a fachada a Biblioteca Nacional uma simpática moça me abordou dizendo que o tour guiado à biblioteca já estava começando. Não que eu não conhecesse o prédio, mas ouvir a história de um lugar que tem por função guardar histórias é sempre um passeio válido.
Meia hora depois, alma alimentada e sorriso no rosto, peguei meu carro e voltei pra casa.

É por essas e outras que adoro as surpresas do centro da cidade

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Missão Impossível

Comprar produtos simples é uma missão cada vez mais complicada.

A minha saga hoje aconteceu durante a compra de uma escova de dentes. Fui decidida a comprar um modelo bem simples, pois a intenção era tê-la na minha nécessaire, apenas.

Entrei numa dessas enormes drogarias, que mais parecem supermercados e me dirigi à imensa parede que expunha os mais diferentes modelos e marcas de escovas de dentes.

Logo vi o modelo no qual havia pensado antes de sair de casa. Estava escolhendo entre a verde e a Lilás quando vi o modelo ao lado. Só R$1,00 a mais e vinha com “cabeça flexível”. Achei interessante, mas uma chamativa embalagem roubou minha atenção, ela tinha cerdas em 5 diferentes posições garantindo que não sóbria nem um fiapinho de manga nem no mais remoto dos seus dentes.

Já estava ficando um pouco confusa quando vi uma opção com grip no cabo, o que, segundo a embalagem, da mais segurança ao usuário durante a escovação. Prestes a abortar a missão, me aparece uma vendedora da drogaria com um comentário supostamente despretensioso: “Depois de experimentar o limpador de línguas você não vai querer saber de outra coisa”.

Me senti tonta, sufocada, ameaçada! O mundo vai ser dominado por escovas de dentes, pensei na hora! Agarrei meu exemplar do tamanho e cores do que imagino ser uma nave espacial e corri para pagar.

Gastei o triplo do modelo que tinha em mão no início, mas pelo menos, quando as escovas mestre vierem para a Terra, verão que não economizei e poderá ter pena de mim.