terça-feira, 13 de julho de 2010

Semelhança

Esses dias minha tia me mandou um DVD em que ela compilou alguns vídeos da minha infância.

Estou chocado como a EU de hoje é parecida com a EU de 6, 7 anos.

E não estou falando fisicamente.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Dando tchau

A cena era triste.

Depois de pouco mais de dois anos de relacionamento, os dois estavam sentados naquela sala mal iluminada, já descrentes de encontrar uma saída.

A conversa ali era quase protocolar. Não houve briga, não houve traição, não havia motivo para raiva... Mas também não havia mais paixão.

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A conversa durou uns 40 minutos. Tempo no qual não houve alteração de ânimos ou nos tons de voz.

Nesse ínterim, a palavra falta foi citada 32 vezes, a expressão boas lembranças (e suas variáveis bons momentos, boas recordações, boas histórias, entre outras) apareceu 18. Frases relacionadas ao medo do futuro foram usadas apenas 4 vezes (3 por ele e só uma por ela). De relevante apareceram também os nomes dos locais por onde o casal viajou neste tempo (Itaipava e Búzios foram citadas duas vezes cada, Disney teve 4 citações, enquanto as cidades gregas e italianas somaram 12 aparições).

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No mais o clima da conversa era de uma melancolia consentida por ambas as partes.

Ela chorava. Não era um choro de soluço. Talvez o mais correto fosse dizer que lágrimas escorriam dos seus olhos.

Foi nesse momento que ela pediu um minuto e saiu da sala.

Ele ficou sem entender muito bem. Não sabia se ela ia ligar pra uma amiga, se ia pra cozinha quebrar uns copos ou se procurava um pouco de privacidade pro seu choro.

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Em cinco minutos ela retornou, com o rosto limpo e os olhos inchados levemente disfarçados pela maquiagem. Não esperou nem terminar o trajeto até o sofá quando lançou:

- Vamos sair? Tomar uma cerveja?

Ele não precisou dizer uma palavra pra que ela sacasse que ele não tinha entendido aquela atitude.

- Eu não vou deixar que um período maravilhoso da minha vida acabe em lágrimas. Fomos muito felizes, vivemos e crescemos muito. É o fim de um ciclo, e pra que possamos receber o próximo de braços abertos não podemos estar de cabeça baixa. Vamos sentar, beber, agradecer pelo nosso encontro e por tudo que vivemos. Assim o fechamento desse ciclo vai ser exatamente o que ele foi: feliz.

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Aquela atitude pegou ele totalmente de surpresa. Mas ele não podia negar que fazia sentido. Só pediu que não fosse naquele boteco no qual já eram chamados pelo nome. Ele escolheu um bar relativamente novo, numa distancia andável da casa dele, pra evitar a situação desconfortável que seria o carro. Nesse bar eles haviam estado apenas uma vez e em menos de quinze minutos os dois já estavam sentados à mesa.

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Eram, sem a menor sombra de dúvidas, os goles de cerveja mais amargos da vida dos dois. Os primeiros desceram até com certa dificuldade. O papo demorou a começar a fluir com naturalidade, mas a cerveja foi ajudando... Foi uma longa noite de lembranças, elogios sinceros e pouquíssimo rancor.

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Tudo acabou num abraço apertado e foi combinado que não haveria divisão de discos ou filmes. Cada um seguiria sua vida com o que o destino quis que estivesse na sua casa naquele dia.

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Até onde soube, os dois estão bem.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

My own way


Card tirado do brilhante blog linkado ali do lado "stuff noone told me"...


O que eu posso fazer se esse é um dos meus meios prediletos de diversão?!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Enxame

E uma amiga pergunta pra outra:

Amiga 1– Então, como está o Fulaninho?
Amiga 2 – Ah, eu meio que botei o fulaninho em hold, muito complicado. Não tava funcionando. Mas sabe com quem eu saí na semana passada?
1 – Quem?
2 – Com o Beltrano, aquele amigo da Paula, lembra?
1 – Claro! Sei quem é... não sabia que vocês estavam de rolo. Mas e aquele carinha do seu prédio?
2 – Estamos naquele de flerte de elevador... Por enquanto está divertido.
1 – Que isso, heim, amiga! Ta com mel!
2 – Pode até ser... o mel atraiu um monte de abelhas, mas pica que é bom... nada! Nenhuma pica!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Retrospectiva - 23 anos


Esses dias eu fiz aniversário.
Eu não sou muito ligada nesse negócio, não... E ainda não estou na fase de me preocupar com a idade... então, pra mim nada mais é do que uma desculpa pra fazer festa.
Só que de 4 em 4 anos eu, pessoa boa de coração que sou, cedo o meu aniversário pra FIFA. É sempre complicado comemorar durante a maior festa do esporte bretão... Mas nada que não possa ser contornado com uma televisão para que os amigos possas assistir ao jogo da Argentina durante o seu churrasco.
Tirando isso, gosto de pensar no aniversário como um ano novo particular. Onde eu posso fazer minha retrospectiva, traçar meus novos objetivos...
Caramba... se eu parar pra pensar no meu último ano... não sei nem por onde começar.
No meu aniversário passado meu avô foi operado... Os efeitos da anestesia foram brabos e nos 3 meses seguintes a vida de todos que o cercam se transformou num pequeno inferno! Era cada dia uma surpresa, e quase sempre desagradável. Mas como os amigos de verdade são amigos pra vida toda, a solução do problema veio de um amigo de infância do meu avô. Quero ser uma velhinha tão querida e cercada de boas pessoas quanto ele!
Houve também uma grande surpresa... uma promoção não esperada e fora dos padrões da empresa. Reconhecimento, seguido de orgulho próprio e, é claro, mais din din. Com a promoção a definitiva alforria das terras macaenses e o retorno ao Rio. Que retorno!
Inventei de me envolver com um grande amigo... e quando estava a ponto de mergulhar de cabeça numa história que poderia me trazer muitos problemas, um outro amigo apareceu. De além mar ele veio por 2 semanas. Talvez as duas semanas mais intensas da minha vida. Muito do que eu busco hoje é sentir aquilo tudo de novo. Como se problemas culturais, e o oceano Atlântico não fossem problemas suficientes, eu resolvi testar um que tivesse 3 problemas em um só, relação de poder + muito mais velho + filhos. Por que buscar coisas fáceis, né? Eu só não posso dizer que não me diverti! Ou melhor, que estou me divertindo!
Fui a California visitar a maior fábrica de sonhos que se tem notícia e tive a melhor das overdoses. Overdose de irmão e orverdose de cinema. De quebra conheci um paraíso. Uma biblioteca de roteiros de cinema. Preciso deizer que passei dois dias trancada lá dentro?
Nesse meio tempo teve o carnaval... minha estréia foliã em terras cariocas. Teve o retorno à Chicago e à Grande Maça. Eu vi Billy Elliot, uma das coisas mais impressionantes que presenciei nos últimos anos.
Vi, ouvi, chorei, cresci, ri, gargalhei, dancei, fiquei bêbada, neguei o óbvio, sonhei, realizei... E no fim das contas, posso dizer que meus 23 anos foram fantásticos.