Não há dúvidas... eu posto menos quando estou feliz.
Não que os anos que passei brincando aqui no blog tenham sido infelizes.
Para. Deixa eu recomeçar. Feliz não foi uma palavra bem escolhida.
Não vou ficar justificando nada... Só contar uma história que de uma forma mais ou menos assim aconteceu comigo hoje...
Saber viver sozinha é uma arte dominada por poucos. Sentir o real prazer de não dividir com ninguém aquele momento, de absorver uma experiência sem debate ou de contemplar o nada não é uma missão fácil. Aposto que você conhece pessoas que nunca foram ao cinema sozinha ou que preferem não almoçar ao encarar um garçom e dizer “mesa pra um, por favor”.
Eu sempre me virei bem sozinha... almoço, janto, vou ao cinema, à praia, viajo. Sempre fiz isso sem nenhum trauma e até com bastante prazer. Os últimos tempos requereram bastante esforço pra que eu deixasse esse lado “lobo da estepe” de lado.
Ah, mas é fácil ser feliz sozinha em lindos dias de verão.
Eu prefiro culpar o livro que eu estava lendo... que de leitura leve e casual matou a mocinha do nada... Ou então o tempo que caiu uns 5 graus bruscamente e iniciou uma fina chuva. Se o dia de verão pode chorar, se o mocinho recém viúvo pode chorar, por que eu, sozinha num trem, não posso chorar?
Não sei de que eram as lágrimas, mas elas sufocavam... um tipo de sufoco ruim de se ter quando não há ninguém ao alcance do telefone, não com um fuso horário de 8 horas e nem sem parecer louca pelo choro cheio de soluços.
Como que pra tornar a minha narrativa ainda mais clichê e banal o trem, ao parar em uma pequena estação continuou seu caminho, e pelo visto só eu não sabia que esse caminho implicava em eu passar a “andar de costas”.
Não sei o que me sufocou... Mas voltei correndo pro abrigo do conhecido e nele fiquei o dia todo. Quando tudo passou eu me peguei pensando se tinha me tornado uma dessas pessoas que não sabem ficar sozinhas. Espero continuar tendo a solidão momentânea como uma opção. Apenas isso.