Quando lágrimas e mais lágrimas escorrem pelo seu rosto em pleno local de trablho e ninguém a sua volta repara ou demostra reparar...
...É sinal de que você definitivamente se tornou invisível para o mundo?
Um circo onde o palhaço e o mágico... o equilibrista e o domador... A bailarina e o malabarista... todos são vividos pela mesma pessoa...
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
Crise
Não há dúvidas... eu posto menos quando estou feliz.
Não que os anos que passei brincando aqui no blog tenham sido infelizes.
Para. Deixa eu recomeçar. Feliz não foi uma palavra bem escolhida.
Não vou ficar justificando nada... Só contar uma história que de uma forma mais ou menos assim aconteceu comigo hoje...
Saber viver sozinha é uma arte dominada por poucos. Sentir o real prazer de não dividir com ninguém aquele momento, de absorver uma experiência sem debate ou de contemplar o nada não é uma missão fácil. Aposto que você conhece pessoas que nunca foram ao cinema sozinha ou que preferem não almoçar ao encarar um garçom e dizer “mesa pra um, por favor”.
Eu sempre me virei bem sozinha... almoço, janto, vou ao cinema, à praia, viajo. Sempre fiz isso sem nenhum trauma e até com bastante prazer. Os últimos tempos requereram bastante esforço pra que eu deixasse esse lado “lobo da estepe” de lado.
Ah, mas é fácil ser feliz sozinha em lindos dias de verão.
Eu prefiro culpar o livro que eu estava lendo... que de leitura leve e casual matou a mocinha do nada... Ou então o tempo que caiu uns 5 graus bruscamente e iniciou uma fina chuva. Se o dia de verão pode chorar, se o mocinho recém viúvo pode chorar, por que eu, sozinha num trem, não posso chorar?
Não sei de que eram as lágrimas, mas elas sufocavam... um tipo de sufoco ruim de se ter quando não há ninguém ao alcance do telefone, não com um fuso horário de 8 horas e nem sem parecer louca pelo choro cheio de soluços.
Como que pra tornar a minha narrativa ainda mais clichê e banal o trem, ao parar em uma pequena estação continuou seu caminho, e pelo visto só eu não sabia que esse caminho implicava em eu passar a “andar de costas”.
Não sei o que me sufocou... Mas voltei correndo pro abrigo do conhecido e nele fiquei o dia todo. Quando tudo passou eu me peguei pensando se tinha me tornado uma dessas pessoas que não sabem ficar sozinhas. Espero continuar tendo a solidão momentânea como uma opção. Apenas isso.
Não que os anos que passei brincando aqui no blog tenham sido infelizes.
Para. Deixa eu recomeçar. Feliz não foi uma palavra bem escolhida.
Não vou ficar justificando nada... Só contar uma história que de uma forma mais ou menos assim aconteceu comigo hoje...
Saber viver sozinha é uma arte dominada por poucos. Sentir o real prazer de não dividir com ninguém aquele momento, de absorver uma experiência sem debate ou de contemplar o nada não é uma missão fácil. Aposto que você conhece pessoas que nunca foram ao cinema sozinha ou que preferem não almoçar ao encarar um garçom e dizer “mesa pra um, por favor”.
Eu sempre me virei bem sozinha... almoço, janto, vou ao cinema, à praia, viajo. Sempre fiz isso sem nenhum trauma e até com bastante prazer. Os últimos tempos requereram bastante esforço pra que eu deixasse esse lado “lobo da estepe” de lado.
Ah, mas é fácil ser feliz sozinha em lindos dias de verão.
Eu prefiro culpar o livro que eu estava lendo... que de leitura leve e casual matou a mocinha do nada... Ou então o tempo que caiu uns 5 graus bruscamente e iniciou uma fina chuva. Se o dia de verão pode chorar, se o mocinho recém viúvo pode chorar, por que eu, sozinha num trem, não posso chorar?
Não sei de que eram as lágrimas, mas elas sufocavam... um tipo de sufoco ruim de se ter quando não há ninguém ao alcance do telefone, não com um fuso horário de 8 horas e nem sem parecer louca pelo choro cheio de soluços.
Como que pra tornar a minha narrativa ainda mais clichê e banal o trem, ao parar em uma pequena estação continuou seu caminho, e pelo visto só eu não sabia que esse caminho implicava em eu passar a “andar de costas”.
Não sei o que me sufocou... Mas voltei correndo pro abrigo do conhecido e nele fiquei o dia todo. Quando tudo passou eu me peguei pensando se tinha me tornado uma dessas pessoas que não sabem ficar sozinhas. Espero continuar tendo a solidão momentânea como uma opção. Apenas isso.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Anseio dos pés
Oi, tem alguém aí?
É que eu queria falar pra vocês que eu to um pouco preocupado com ela.
Ah, antes deixe que eu me apresente. Ou seria no plural? Acho mais adequado visto que somos uma dupla. Somos os pés dela.
Isso mesmo... os pés.
Mas deixa eu voltar ao assunto que me deixou preocupado. Hoje ela colocou o despertador pra mais cedo que o normal, quando o relógio tocou eu já me preparei pr’aquele tradicional espreguiço seguido de “só mais 5 minutinhos” quando ela pulou saltitante da cama. Você pensa que é fácil ser pé? Tive que despertar rápido para estar lá pra ela... Não ia ser bom o dia começar com um tombo.
Meio que cantarolando ela procurou alguma coisa na bolsa que eu não sei o que era. Vi que era um negócio retangular, pequeno, cabia na palma da mão... Ela seguiu pro banheiro, ligou a água fria, plugou esse negócio numa outra bugiganga e de repente uma música alta e animada tomou conta do ambiente. Enquanto o shampoo fazia espuma ela dava rodopios, pra passar o sabonete inventou poses, caras e bocas. Sabe, pés não são conhecidos por terem uma memória boa, mas eu realmente não conseguia lembrar que dia especial era hoje pra que ela estivesse tão animadinha.
Ainda enrolada na toalha e com os espelhos embaçados ela abriu a porta do banheiro e pos a se vestir ainda dançando.
Sabe, nós pés gostamos quando vocês dançam... faz uma massagenzinha gostosa, alonga pedaços nossos que vocês não usam com frequência. Nós não sabíamos o porquê, mas estávamos adorando aquela alegria toda.
Pois bem, ela abriu o armário de calças e logo fechou. Bem que nós estranhamos, dias alegres merecem vestidos. E lá foi ela pro armário de vestidos. 24 anos de convivência faz com que a conheçamos muito bem. Não precisamos nem dizer que os sapatos eram de salto alto.
O que eu estranhei foi depois de toda pronta ela voltar a abrir os armários. E especificamente uma gaveta que ela não abre quase nunca. Meia calça, collant... Ih, gente, será? Ela parecia escolher tudo com muito cuidado e foi colando umas peças na bolsa com extremo cuidado. Quando ela voltou pro armário de sapatos e foi em direção a caixa que estava lá no fundo... gelamos. Coitadinha, quase caiu com a súbita câimbra... Mas meu medo se mostrou acertado. Ela olhou pra caixa com muito cuidado e tirou de lá o par de sapatilhas pretas.
Não foi difícil juntar as peças... Collant e meia calça, sapatilhas e polainas... Ela tá planejando voltar a dançar! Sabe, nós não somos egoístas... ficamos muito felizes por ela pois sabemos o quanto ela gosta disso. Mas a verdade é que estamos com medo. Será que ela não percebe que estamos enferrujados? E se nós não correspondermos aos anseios dela? É bom que ela saiba que não sabemos mais dar piruetas e saut d’anjes, que uma ponta mais prolongada pode causar câimbras e dores no dia seguinte.
Estamos felizes por ela, mas estamos com medo de não corresponder. Tomara que nós não a decepcionemos. Mas... que comece o tal do “5, 6, 7, 8”.
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